(Pel Caç Nat 60 )

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pel Caç Nat 60 Guiné 68/74 -P46: (Direito a Indignação)

(Direito a Indignação)

O camarada x:

Ex Fur Mil da C. cav 2539 69/71 S.Domingos.
Ex combatente na Guiné sofre de stress de guerra, com alterações psicológicas profundas.
Por essa razão a sua vida profissional tem sido inconstante, assim como a sua vida particular tem sofrido bastante instabilidade…
Á desespero e revolta, quando se fala com este Homem…
De alguns anos para cá tem sido seguido nas consultas de stress pós tramático, do hospital Militar.
Por várias vezes foi ha junta médica, sem ver a sua situação resolvida…
Por via e-mail com data de 13 01 2010, o X informa que foi de novo há junta médica onde lhe foi atribuído os míseros 10% de incapacidade...
O x pergunta:
Que fazer perante esta injustiça gritante e revoltante.
Para um Homem que durante dois anos da sua juventude, deu ao País o melhor de si…
Os governantes deste País não querem compreender esta injustiça que são os milhares de combatentes.
Com (Stress pós traumático de guerra).
E outras mazelas adquiridas no decorrer dos vinte quatro meses de comissão.
Estes jovens dos anos 60, hoje estão doentes, moral e psicologicamente…
As suas idades ronda os 55/65 anos são milhares os combatentes, com as mais diversas (Patologias).
Estes camaradas, foram abandonados a sua sorte durante muitos anos.
É indigno, o que pagam por ano a estes homens.
Será possível? Que fazer perante esta realidade.
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Fonte Youtube.

Manuel Seleiro
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11 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo
Realmente Portugal nao e um Pais que protege os cidadaos.Protege sim os corruptos e outros mais.
Eu vivo na America ha muitos anos e nao sei realmente os direitos dos Portugueses ex-combatentes.
Sei por amigos que e uma descriminacao total.O que se chama stress de guerra, e uma doenca horrivel e essas pessoas deveriamter o direito total aos melhores tratamentos bem como ajudas financeiras.Alias na America e o que acontece com os veteranos de todas as guerras. Infelizmente, Portugal e Portugal!!Placido

Manuel Cataluna disse...

OAmigo Plácido tem razão no que diz.
Um DFA chegou a enfrentar grandes problemas, os governos já nos tem tentado tirar alguns benefícios...
Vai para três anos que fizemos uma manifestação onde tiveram serca de 2000 deficientes das forças armadas.
Posso dizer que ha militares que tiveram acidentes que não foram em campanha por isso não tem direito a uma pensão...
Um abraço, Plácido.

Manuel Seleiro

Anónimo disse...

Caro Amigo Seleiro e Caro Camarada "X"

Acedi agora ao Blog e não posso conter a minha indignação com o que aqui foi revelado acerca da situação do camarada ex-Furriel Mil. da C.Cav. 2539, a quem, por enquanto, designamos por "X".
Eu sei, através da imprensa, escrita e falada, que existem ex-combatentes desamparados e desprotegidos, mas pensava - e queiram desculpar a minha ignorância - que os ex-combatentes se encontram nessa situação porque não procuraram aconselhamento junto da ADFA ou das instituições competentes para tratar do seu estado de saúde.
Ora, pelos vistos, parece que não é este o caso, porque o camarada em questão até tem pedido ajuda e tem procurado tratar-se.
Ninguém melhor do que nós, que lá estivemos, conhece o desgaste físico e psíquico de quem passou pela Guerra Colonial e particularmente por S. Domingos.
Já temos neste Blog testemunhos de companheiros que estiveram naquele teatro de Guerra, desde 1968 até 1973.
Desde o Camarada Seleiro da C.Caç 60, 1968/1970; Camarada da C.Cav. 2539, 1969/1971; Eu e o meu companheiro Plácido, da C.Cav.3365 1971/1973.
E ainda acrescento dados recolhidos da net, que recordam como a Guerra da Guiné começou em S. Domingos, intensificou-se em S. Domingos, e até os tenebrosos mísseis Strella foram "estreados" em S. Domingos.
(Continua)
B. Parreira

Anónimo disse...

(cont.)

Passo a citar excertos de uma recolha que fiz na net.

"Na Guiné, os confrontos foram iniciados, na perspectiva portuguesa, em Julho de 1961 quando guerrilheiros do Movimento de Libertação da Guiné (MLG) lançaram ataques às povoações de S. Domingos, Suzana e Varela, junto à fronteira noroeste com o Senegal.
Com a acção do MLG no noroeste, a partir do Senegal, e do PAIGC no sul, a partir da Guiné-Conacri, os ataques rapidamente se estenderam a quase todo o território, crescendo continuamente de intensidade, e exigindo um empenhamento proporcional por parte dos portugueses.
Em 1965 dá-se o alastramento da guerra ao Leste (Pirada, Canquelifá, Beli). Nesse mesmo ano, o PAIGC realizou missões no Norte, na região de São Domingos, onde, até ao momento, apenas actuava a FLING, que se via a braços na luta, depois da OUA ter canalizado o seu apoio para o PAIGC.
Pode-se dizer que as forças portuguesas desempenharam, na Guiné, uma força defensiva, mais de manutenção das posições que propriamente de conquista das populações, limitando-se, de uma forma geral, a conter as acções do PAIGC. Por isso, esta época inflingiu um grande desgaste para os portugueses, constantemente surpreendidos pelos guerrilheiros e pela influência destes junto da população que, entretanto, era recrutada para o movimento.
Em Março de 1973, o aparecimento dos mísseis anti-aéreos obrigaria as tropas portuguesas a reavaliarem o esforço de guerra. O primeiro míssil Strela foi lançado do Senegal quando uma parelha de Fiats G-91, executava uma missão junto à fronteira norte, em Campada – S. Domingos, no dia 20 de Março de 1973. O míssil passou entre os dois aviões sem atingir nenhum deles.
Ao fim de 5 dias, no dia 25/03/1973, abateram o primeiro avião, e em 06/04 foram abatidos mais 2 aviões e 1 desaparecido.
Entre Março e Abril foram abatidos vários aviões portugueses. Durante algum tempo, o suporte aéreo ficou, assim, indisponível, o que teve graves repercussões nas tropas, mesmo a nível psicológico.
Em 24/09/1973 o PAIGC proclama a independência das zonas libertadas da Guiné."

Não deve restar dúvidas a ninguém de que este ex-militar, no cumprimento do Serviço Militar Obrigatório, quando contava 21-22-23 anos, pode ter arruinado a sua vida e a sua saúde psiquica com a violência da guerra a que foi sujeito, ao Serviço do que designavam PÁTRIA, porque esteve numa zona de guerra intensa, colado à fronteira com o Senegal, exposto a todo o tipo de flagelações.
O Estado Português tem uma dívida para com esta geração, que perdeu os melhores anos da sua vida numa guerra estúpida e injusta.
Não há dinheiro que pague a vida dos que morreram nem o sofrimento dos que cá continuam lutando contra as sequelas que a Guerra lhes deixou, mas ao menos que o Estado assuma a responsabilidade que lhe cabe procurando dar dignidade a todos os deficientes, incluindo os que sofrem de Stress de Guerra. Não é "boicotando", sistematicamente, através dos mecanismos existentes, (Juntas médicas), a atribuição de pensões aos ex-combatentes doentes, que o Estado repara o mal feito.
Se esse mesmo Estado injecta milhões de euros em Bancos Privados, para os salvar da falência por gestão danosa, também deve ter uns míseros milhares de euros para que os ex-combatentes vivam o resto da vida com a dignidade que merecem.
B. Parreira

Anónimo disse...

Também fui um dos "premiados" estive em Moçambique.Estamos todos enganados. Quem merece consideração,boas regalias são os srs. pensantes, que ocupam cargos EP, são reformados, passam a ser nomeados administradores de....? Vocês ainda não viram que esta geração de politicos viram a guerra de longe ou nem a viram, e os politicos mais velhos eram todos anti e não podem perder tempo, com uma coisa que não lhe diz respeito. É preciso condecorar os que prestaram bons serviços ao País antigamente era a 10 de Junho, agora é em qualquer altura.Concordo que nos retirem o suplemento, mas que o aplicam a olhar pela saúde daqueles lá andaram e agora vegetam neste País.Já não falo na maior vergonha desta terra que deixou abandonados aqueles que deram a vida e agora jazem em alguna machamba ou debaixo de algum cajueiro, mas como não falam

Placido disse...

Meu amigo
Eu fico muito triste, pois vejo que em Portugal ninguem quer por ninguem!!!Quando se faz uma manifestacao, deve ser os deficientes, mas tambem o povo a apoiar. Penso que aqui esta o problema.O povo nao se junta, pois em Portugal nao ha gente que siga o sofrimento de quem infelizmente, nao foi feliz numa Guerra que afinal foi por interesses economicos, como economico e o poblema agora para os Governos que se elegem!! So que aqui e tirar e roubar o mais indefeso e isso nao e justo!

Manuel Seleiro disse...

Camaradas todos os governantes do nosso país, quando são convidados a ir a ADFA, nos descursos que fazem nalguma cerimónia, são perentórios em dizer que vão resolver os problemas dos deficientes/ex-combatentes...
Mas é só conversa fiada...
Porque os problemas continuam por resolver...
A casos de camaradas que são autênticos atentados a pessoa humana.
Um abraço, amigos.

Manuel Seleiro

Anónimo disse...

Amigo Seleiro

Ainda referindo os que passaram por S. Domingos, e que neste Blogue têm deixado testemunho, por lapso não referi o posting de 23/11/2009, do camarada, Soldado Condutor, José Espadana, que esteve em S. Domingos em 68/69, que pertenceu ao BAT.CAÇ.1933, quando a sede de Batalhão ainda era em S. Domingos, onde refere que o "COMAND.TEN. COR.ARMANDO VASCO DE CAMPOS SARAIVA. TEVE UM ACIDENTE COM UMA MINA AO FUNDO DA PISTA.FICOU SEM AS DUAS PERNAS".

Dá para entender a perigosidade de S. Domingos, onde até a sede do Batalhão teve de sair de lá passando a ser Ingoré.

Como eu já disse em anteriores comentários, quando estive em S. Domingos a aviação deixou de aterrar lá, o saco contendo o correio era atirado de um helicóptero, do ar.
O medo era uma constante!

B. Parreira

Manuel Seleiro disse...

Boa ttarde,
Parreira já fiz o convite ao José Espadana, para falar do que foi S. Domingos em 68/69.
Quando cheguei a S. Domingos, em 27 de Julho de 68 só se ouvia falar do comandante do Batalhão que ficou sem as duas pernas quando acionou duas minas anti-pessoal...
A história resume-se, ao seguinte:
O quartel foi atacado de manhã creio que por volta das 10 horas, o comandante saío com uma companhia em perseguição do IN que estáva emboscado ao fundo da pista...
Quando a companhia estáva a poucos metros do final da pista, oEx Alf Mil de minas e armadilhas, descobrio que o terreno estáva minado...
Enquanto o Ex Alféres desmontava uma das minas, o comandante foi ver como decorria a desminagem e acionou uma mina, que por sinpatia fez detonar a segunda mina.
O comandante quando se viu sem as pernas quis por fim á vida pedindo uma arma...
As minas foram colocadas durante a noite, a emboscada feita de manhã foi um engodo...
Foi para atrair as nossas tropas ali.
Um abraço, Parreira.

Manuel Seleiro

PT disse...

Vi nas noticias da RTPI, que uma Portuguesa ferida no HAITI, vai ser homenageada.Nao tenho nada contra essa senhora, mas onde esta o Governo Portugues que abandona os ex-combatentes, ignora e ate repudia. Onde estao os direitos humanos que Portugal tanto fala quando Israel se defende? Onde esta a honestidade de um Governo eleito ao ignorar quem deu a alma e a vida por uma guerra injusta?

Manuel Cataluna disse...

Amigo Plácido, os DFA e ex combatentes são passado...
Dão despesas ao governo...
Por isso não se preocupam com eles.
Só em campanhas eleiturais...
Meus amigos nem lhes passa por a cabeça o que era a vida nos hospitais militares, antes do 25 de Abril.
Era pior que estar num quartel.
Um abraço amigos.

Manuel Seleiro