(Pel Caç Nat 60 )

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pel Caç Nat 60 Guiné 68/74 - P106: Posto de observação...



Sabes onde ficava este posto?
(...)
Eu sei... que companhia construiu ... Este Destacamento...
(...)
Valá! ... Eu ajudo... começava... por um (T).
1. º Cabo (CAÇADOR)
Agora está na moda destacar a especialidade,
Ah! isto passa-se no ano de 68.
Pelotão de Caçadores Nativos 60
"DFA"

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pel Caç Nat 60 Guiné 68/74 - P105: Metralhadoras cantam a canção da guerra.


Conhece estas chapas?
(....)
vá lá faça um esforço:
)...(
Metralhadoras cantam a canção da guerra.
Vá lá vou dar uma ajuda... **Ano de 69...
Não se recorda? ... pois é...

Acenderam-se as armas pela noite dentro.
Quem rebenta? Quem morre? Quem vive? Quem berra?
Há um vento de lamentos nos lamentos do vento.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.

Cantam granadas a canção da morte.
E há uma rosa de sangue à flor da terra.
Morrer ou não morrer é uma questão de sorte.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.


Cantam bazookas e morteiros e estilhaços
cantam esta canção de aço que não erra
no espaço do seu fogo entre dois braços.
Cantam metralhadoras a canção da guerra.

Há um tiro que parte. Há um corpo que tomba.
Nesta boca fechada há um morto que berra.
Quem estoira no meu peito? o coração? Uma bomba?
Metralhadoras cantam a canção da guerra.

Todo o tempo é uma batalha. Ataque. Fuga.
Fuga. Ataque. Silêncio. Um silêncio que aterra.
Que marca o rosto com o seu peso ruga a ruga.
Um silêncio que canta na canção da guerra.


Mina. Emboscada. Pó. Pólvora. Sangue. Fogo.
Acerta não acerta? Erra não erra?
Perdeu todo o sentido dizer-te até logo.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.


Cada segundo pode ser o último segundo.
Como enterrar os mortos que a memória desenterra?
Há um poço tão fundo tão fundo tão fundo.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.

Há um soldado que grita eu não quero morrer.
E o sangue corre gota a gota sobre a terra.
Vai morrer a gritar eu não quero morrer.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.

Houve um que se deitou e disse: Até amanhã.
Mas amanhã é o dia em que se enterra
o soldado que disse: Até amanhã.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.

E um jeep corre pela noite dentro.
Avança não avança? Emperra não emperra?
Passam balas de chumbo nas balas do vento.
Metralhadoras cantam a canção da guerra.


E há duzentos quilómetros de morte
em duzentos quilómetros de terra.
Neste caminho de Luanda para o Norte
Metralhadoras cantam a canção da guerra.


Manuel Alegre

1. º Cabo (CAÇADOR)
Pelotão de Caçadores Nativos 60.
Manuel Seleiro,
(DFA)

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